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Desnormalização de Dados: Quando e Como Usar para Melhorar Consultas SQL

  • createse
  • 29 de nov. de 2024
  • 14 min de leitura

A desnormalização é uma técnica utilizada em bancos de dados relacionais para simplificar consultas, armazenando dados de forma menos estruturada em comparação com os princípios rígidos da normalização. Enquanto a normalização busca minimizar redundâncias e garantir a integridade dos dados, a desnormalização introduz uma abordagem diferente: priorizar a performance de consultas, mesmo que isso resulte em alguma duplicação de informações.


Essa abordagem se torna especialmente relevante em sistemas onde a velocidade de leitura dos dados é crucial, como em aplicações de relatórios e análises em tempo real, ou em sistemas com alta demanda de consultas complexas. Por outro lado, a desnormalização exige cuidados adicionais para evitar problemas como inconsistências de dados e maior dificuldade na manutenção.


Neste artigo, vamos explorar em detalhes como a desnormalização funciona, identificar os momentos certos para aplicá-la e entender como utilizá-la para melhorar o desempenho de consultas SQL, sem comprometer a confiabilidade do banco de dados.


1. O Que é Desnormalização?


A desnormalização é o processo de ajustar a estrutura de um banco de dados para armazenar dados de maneira menos normalizada, introduzindo redundâncias intencionais com o objetivo de melhorar o desempenho das consultas. Diferentemente da normalização, que organiza os dados para evitar redundância e garantir consistência, a desnormalização foca em otimizar a leitura e acelerar consultas complexas, mesmo que isso resulte em duplicações.


Benefícios da Desnormalização

  1. Melhoria no desempenho de leitura: Ao reduzir a necessidade de realizar múltiplos joins entre tabelas, a desnormalização pode diminuir os tempos de resposta das consultas.

  2. Simplificação de consultas: Com dados mais acessíveis em uma única tabela ou em um número reduzido de tabelas, as consultas SQL podem ser menos complexas.

  3. Adequação para análises rápidas: Em sistemas de relatórios ou painéis de BI, a desnormalização pode ser essencial para processar grandes volumes de dados rapidamente.


Riscos Associados à Desnormalização

  1. Inconsistência de dados: Dados duplicados podem ser mais difíceis de manter consistentes, especialmente em sistemas com alta frequência de atualizações.

  2. Aumento no uso de armazenamento: A duplicação de informações exige mais espaço, o que pode ser um desafio em sistemas com recursos limitados.

  3. Manutenção mais trabalhosa: Alterar os dados ou estrutura do banco pode se tornar mais complicado devido às dependências criadas pela desnormalização.


Exemplos Básicos de Desnormalização

  • Armazenar cálculos pré-processados: Em vez de calcular a soma de vendas a cada consulta, o valor total pode ser armazenado diretamente em uma tabela.

  • Duplicação de informações para evitar joins: Em vez de buscar o nome do cliente em uma tabela separada, incluir essa informação na tabela de pedidos.

  • Tabelas resumidas (summary tables): Criar tabelas específicas com dados agrupados e filtrados para consultas analíticas.


Esses exemplos mostram como a desnormalização pode simplificar consultas, mas também destacam a necessidade de um planejamento cuidadoso para equilibrar os benefícios e os desafios.


2. Quando Considerar a Desnormalização


A desnormalização pode ser uma solução poderosa para melhorar o desempenho de consultas SQL, mas não é adequada para todos os cenários. Sua aplicação exige um equilíbrio cuidadoso entre desempenho e consistência, considerando as características do sistema e os objetivos de uso.


Situações em que a Desnormalização Pode Ser Vantajosa


  1. Sistemas de leitura intensiva: Em aplicativos onde as operações de leitura superam as de escrita, como plataformas de relatórios e análises, a desnormalização pode acelerar consultas ao reduzir a necessidade de joins.

  2. Consultas complexas e frequentes: Quando as consultas exigem muitas junções ou cálculos, armazenar os resultados já processados pode melhorar significativamente o tempo de resposta.

  3. Painéis de monitoramento e BI: Em sistemas de inteligência de negócios, onde grandes volumes de dados precisam ser processados em tempo real, a desnormalização ajuda a reduzir a latência.


Exemplos de Casos Reais

  • E-commerce: Um sistema de e-commerce que precisa exibir rapidamente os detalhes de pedidos pode incluir informações do cliente e do produto na tabela de pedidos, evitando múltiplos joins para cada consulta.

  • Plataformas de streaming: Serviços como Netflix ou Spotify podem usar tabelas desnormalizadas para rastrear estatísticas de visualização ou reprodução em tempo real, sem a necessidade de calcular métricas dinamicamente.

  • Redes sociais: Dados como número de curtidas ou comentários em posts podem ser armazenados diretamente nos registros da postagem, evitando cálculos repetitivos.


Cenários em que a Normalização Deve Ser Mantida


  1. Sistemas transacionais: Em bancos de dados OLTP (Processamento de Transações Online), onde consistência e integridade são cruciais, a normalização é geralmente preferível para evitar redundâncias e anomalias.

  2. Ambientes com muitas atualizações: Sistemas que sofrem alterações frequentes, como inserções ou atualizações em massa, podem ser prejudicados pela desnormalização, já que a redundância de dados aumenta o esforço de manutenção.

  3. Tabelas pequenas ou simples: Quando os dados já podem ser acessados rapidamente devido ao pequeno volume ou à simplicidade da estrutura, a desnormalização é desnecessária e pode até ser contraproducente.


Avaliar cuidadosamente a necessidade de desnormalização em cada contexto é fundamental. Ela pode resolver problemas de desempenho em sistemas específicos, mas pode também introduzir novos desafios se aplicada sem critério.


3. Benefícios da Desnormalização


A desnormalização, quando aplicada estrategicamente, pode trazer benefícios significativos para a performance de consultas SQL, especialmente em sistemas com alta demanda por velocidade e eficiência. Aqui estão os principais benefícios:


Redução do Número de Joins em Consultas Complexas


Em bancos de dados normalizados, consultas que exigem a combinação de dados de várias tabelas podem necessitar de múltiplos joins. Isso pode aumentar o tempo de execução, especialmente em tabelas grandes. A desnormalização armazena informações relacionadas juntas, eliminando ou reduzindo a necessidade de joins frequentes.


Exemplo:

Em um banco de dados de vendas, armazenar informações do cliente diretamente na tabela de pedidos pode evitar a necessidade de consultar a tabela de clientes repetidamente.


Aceleração do Tempo de Resposta para Consultas Específicas


Ao incluir os dados necessários para uma consulta em uma única tabela, a desnormalização reduz as operações de leitura no banco de dados. Isso resulta em respostas mais rápidas, o que é particularmente útil em sistemas que priorizam a experiência do usuário, como aplicativos de relatórios e painéis.


Exemplo:

Um dashboard de vendas pode acessar rapidamente dados agregados diretamente de uma tabela desnormalizada, eliminando cálculos ou consultas adicionais no momento da visualização.


Simplificação de Algumas Estruturas de Consulta em Sistemas Analíticos


Em sistemas voltados para análise de dados (OLAP), onde a ênfase está em extrair informações rapidamente, a desnormalização pode simplificar o design das consultas. Isso permite que os analistas acessem informações relevantes sem lidar com a complexidade de múltiplas junções ou subconsultas.


Exemplo:

Uma tabela de análises de comportamento do cliente pode combinar dados de compras, interações e preferências em um único registro, tornando a consulta mais intuitiva e eficiente.


Esses benefícios tornam a desnormalização uma ferramenta valiosa em cenários específicos, ajudando a equilibrar a necessidade de desempenho com a estrutura lógica do banco de dados.


4. Desvantagens e Riscos da Desnormalização


Apesar dos benefícios em termos de performance, a desnormalização traz desafios que precisam ser considerados com cuidado. Aqui estão as principais desvantagens e riscos:


Aumento da Redundância de Dados e Necessidade de Sincronização


Ao replicar informações em várias tabelas para evitar joins, a desnormalização inevitavelmente cria redundância. Essa duplicação pode ser problemática, pois qualquer alteração nos dados requer atualizações em todas as tabelas onde a informação foi replicada, aumentando a complexidade de sincronização.


Exemplo:

Se os dados de endereço de um cliente forem armazenados tanto na tabela de clientes quanto na tabela de pedidos, qualquer alteração no endereço exigirá que ambas as tabelas sejam atualizadas, o que pode gerar inconsistências caso uma das atualizações falhe.


Possíveis Inconsistências Devido à Duplicação de Informações


Quando os dados são duplicados em vários lugares, há um risco maior de inconsistências. Isso ocorre principalmente em sistemas que realizam muitas operações de escrita (inserções, atualizações e exclusões). A falha em sincronizar todos os pontos onde os dados são armazenados pode levar a informações conflitantes no banco de dados.


Exemplo:

Se um produto muda de preço, mas o preço antigo ainda está armazenado em registros históricos desnormalizados, os relatórios podem apresentar valores incorretos dependendo de qual tabela é consultada.


Maior Complexidade na Manutenção do Banco de Dados


A desnormalização simplifica a execução de algumas consultas, mas complica a manutenção geral do banco de dados. Gerenciar dados redundantes exige mais esforço, seja na implementação de mecanismos de atualização automática, seja na verificação manual de inconsistências. Além disso, o aumento no tamanho das tabelas desnormalizadas pode gerar custos de armazenamento e impactar negativamente as operações de backup e recuperação.


Exemplo:

Uma tabela desnormalizada com informações de vendas e clientes pode crescer rapidamente em tamanho, dificultando operações administrativas e aumentando o tempo de manutenção.

Esses riscos mostram que a desnormalização deve ser aplicada de forma criteriosa, considerando o impacto no longo prazo e as exigências específicas do sistema.


5. Como Planejar a Desnormalização


A desnormalização pode ser uma poderosa estratégia para melhorar o desempenho de consultas SQL, mas seu sucesso depende de um planejamento cuidadoso. Confira os passos essenciais para implementar a desnormalização de forma eficaz:


Identificação de Consultas Críticas que Podem se Beneficiar da Desnormalização


Antes de decidir pela desnormalização, é fundamental identificar quais consultas estão causando gargalos de desempenho. Essas consultas geralmente envolvem joins complexos, grande volume de dados ou operações frequentes em tabelas muito grandes.


Exemplo:

Uma consulta que agrega dados de vendas por região e exige múltiplos joins entre tabelas de vendas, clientes e endereços pode ser otimizada com a desnormalização. Nesse caso, criar uma tabela desnormalizada que combine essas informações pode reduzir significativamente o tempo de execução.


Ferramentas e Métodos para Analisar Gargalos de Performance


Utilize ferramentas de análise de desempenho de bancos de dados, como EXPLAIN e EXPLAIN ANALYZE (em PostgreSQL), para identificar consultas que consomem muitos recursos. Essas ferramentas mostram o plano de execução das consultas, ajudando a identificar operações custosas, como joins e leituras excessivas de tabelas.


Além disso, monitore métricas como:

  • Tempo médio de execução das consultas.

  • Frequência de acessos a tabelas específicas.

  • Taxas de I/O para operações de leitura e escrita.


Com base nesses dados, é possível priorizar as consultas e tabelas que mais impactam o desempenho.


Como Decidir Quais Tabelas ou Colunas Desnormalizar


Nem todas as tabelas ou colunas devem ser desnormalizadas. A escolha deve ser baseada no balanceamento entre os benefícios em desempenho e os riscos, como aumento de redundância e complexidade de manutenção.


Fatores a considerar:

  1. Consultas de leitura intensiva: Prefira desnormalizar tabelas que são mais acessadas para leitura do que para escrita.

  2. Colunas frequentemente usadas em joins: Se uma coluna é usada em quase todas as consultas, ela pode ser replicada em uma tabela desnormalizada para reduzir a necessidade de joins.

  3. Tabelas muito grandes com operações críticas: Tabelas que exigem acesso rápido a dados consolidados são boas candidatas para a desnormalização.


Exemplo Prático:

Uma tabela de relatórios financeiros que exige dados de várias fontes (vendas, custos e lucro) pode ser criada como desnormalizada para consultas rápidas, enquanto os dados brutos continuam armazenados em sua forma normalizada.


Planejar a desnormalização requer uma abordagem analítica e cuidadosa, garantindo que os ganhos de performance justifiquem os possíveis impactos em consistência e manutenção do banco de dados.


6. Técnicas de Desnormalização


A desnormalização é mais eficaz quando aplicada com técnicas que equilibram desempenho e organização do banco de dados. Confira algumas estratégias comuns e exemplos práticos para sua implementação:


Criação de Colunas Derivadas e Tabelas Resumidas


Colunas derivadas:

Consistem em adicionar colunas a tabelas já existentes para armazenar dados frequentemente calculados em consultas. Isso reduz o custo computacional ao eliminar a necessidade de recalcular valores em cada execução de consulta.

Exemplo:

Uma tabela de vendas pode incluir uma coluna adicional para armazenar o valor total de cada pedido (quantidade * preço_unitário), eliminando a necessidade de calcular essa métrica repetidamente em consultas.


Tabelas resumidas: São tabelas criadas para consolidar dados de várias tabelas normalizadas. Essas tabelas frequentemente armazenam dados pré-agrupados ou agregados para consultas rápidas.


Exemplo:

Uma tabela resumida de relatórios financeiros pode armazenar as vendas totais por mês e região, eliminando a necessidade de realizar agrupamentos em tempo real em tabelas maiores.


Denormalização Parcial para Atender a Necessidades Específicas


A desnormalização parcial é uma abordagem intermediária, onde apenas partes do banco de dados são ajustadas para melhorar o desempenho de consultas críticas.


Estratégia:

  • Replicar colunas essenciais em tabelas relacionadas para reduzir a quantidade de joins necessários.

  • Manter tabelas base normalizadas para garantir a integridade dos dados.


Exemplo:

Se uma tabela de pedidos e outra de clientes precisam ser frequentemente unidas para exibir o nome do cliente em relatórios, o nome do cliente pode ser replicado na tabela de pedidos para simplificar consultas sem comprometer a integridade do sistema.


Exemplo Prático de Implementação de Desnormalização em SQL


Vamos considerar uma empresa de e-commerce que realiza consultas frequentes sobre o total de vendas por categoria de produto. A consulta em um banco normalizado pode envolver múltiplos joins entre tabelas como vendas, produtos e categorias.

Para otimizar, criamos uma tabela resumida:


CREATE TABLE vendas_resumidas_por_categoria AS  

SELECT  

    c.nome_categoria,  

    SUM(v.valor_venda) AS total_vendas  

FROM  

    vendas v  

JOIN  

    produtos p ON v.produto_id = p.produto_id  

JOIN  

    categorias c ON p.categoria_id = c.categoria_id  

GROUP BY  

    c.nome_categoria;  


Essa tabela consolidada permite consultas diretas sobre vendas por categoria, eliminando a necessidade de múltiplos joins e agrupamentos frequentes.


Aplicar técnicas de desnormalização exige um entendimento claro dos padrões de uso do banco de dados, garantindo que as mudanças atendam a requisitos específicos sem comprometer a integridade ou escalabilidade do sistema.


7. Boas Práticas na Desnormalização


A desnormalização pode ser uma poderosa ferramenta para melhorar a performance de consultas SQL, mas deve ser aplicada com cuidado para não comprometer a integridade e a manutenibilidade do banco de dados. Aqui estão algumas boas práticas para garantir que a desnormalização seja eficaz e sustentável a longo prazo:


Garantir Consistência de Dados com Triggers, Views ou Rotinas de Sincronização


A principal desvantagem da desnormalização é o aumento da redundância de dados, o que pode levar a inconsistências. Para evitar esse problema, é fundamental implementar mecanismos que garantam a sincronização e a consistência entre os dados duplicados.


Triggers:

Podem ser usadas para atualizar as colunas desnormalizadas sempre que houver uma alteração nos dados originais. Isso ajuda a manter a consistência de dados sem exigir intervenções manuais.


Exemplo:

Um trigger pode ser criado para garantir que, quando o preço de um produto for alterado, a coluna de preço nas tabelas desnormalizadas seja automaticamente atualizada. 


CREATE TRIGGER atualizar_preco_produto

AFTER UPDATE ON produtos

FOR EACH ROW

BEGIN

    UPDATE vendas

    SET preco_produto = NEW.preco

    WHERE produto_id = NEW.produto_id;

END;


Views: As views podem ser utilizadas para encapsular a complexidade das consultas e garantir que a lógica de desnormalização seja mantida de forma centralizada, facilitando a manutenção e evitando repetição de código.


Rotinas de Sincronização: São processos agendados (jobs) que verificam e sincronizam os dados desnormalizados periodicamente. Essas rotinas podem ser usadas para garantir que a desnormalização não introduza dados inconsistentes.


Balancear Entre Normalização e Desnormalização para Diferentes Tipos de Sistemas


A chave para um banco de dados bem projetado é saber quando usar normalização e desnormalização. Em sistemas transacionais (OLTP), onde a consistência de dados e a integridade referencial são cruciais, a normalização geralmente deve ser preferida. No entanto, em sistemas analíticos ou de leitura intensiva (OLAP), a desnormalização pode ser vantajosa, já que permite consultas mais rápidas, mesmo que com uma maior redundância de dados.


Exemplo:

Em um sistema de e-commerce, a tabela de pedidos pode ser desnormalizada para incluir dados frequentemente consultados, como o nome do cliente e o total de vendas, para melhorar o desempenho em relatórios de vendas, enquanto outras tabelas críticas, como clientes e produtos, devem ser mantidas normalizadas para garantir a consistência e reduzir o risco de erros de dados.


Monitoramento Constante para Ajustar a Desnormalização Conforme o Sistema Evolui


À medida que um sistema cresce e seus requisitos mudam, a estratégia de desnormalização também precisa ser ajustada. O monitoramento contínuo do desempenho das consultas é fundamental para garantir que as melhorias com a desnormalização sejam sustentáveis e para identificar novos pontos de estrangulamento que podem surgir.


Estratégias de Monitoramento:

  • Análise de desempenho de consultas: Ferramentas como o EXPLAIN no PostgreSQL ou MySQL podem ser usadas para analisar como o banco de dados executa consultas e onde ocorrem os gargalos de desempenho.

  • Monitoramento de índices: A criação de índices nas colunas desnormalizadas pode ser essencial para melhorar o desempenho. O uso de ferramentas como o pg_stat_user_indexes ou sys.dm_db_index_usage_stats pode ajudar a entender o uso de índices no SQL Server e PostgreSQL.

  • Revisão periódica da estrutura do banco: Com o tempo, as necessidades de desnormalização podem mudar à medida que os padrões de consulta evoluem. Portanto, revisar periodicamente a eficácia da desnormalização e realizar ajustes finos pode garantir que o banco de dados continue funcionando de forma eficiente.


Ao seguir essas boas práticas, é possível aplicar a desnormalização de forma controlada e estratégica, melhorando a performance das consultas SQL sem comprometer a integridade ou a manutenção do banco de dados a longo prazo.


8. Casos Práticos de Uso de Desnormalização


A desnormalização é frequentemente aplicada em cenários específicos onde a performance das consultas SQL precisa ser aprimorada. A seguir, exploramos alguns estudos de caso em sistemas analíticos e de e-commerce, analisando como a desnormalização impacta a performance e os aprendizados gerados ao longo do processo.


8.1 Estudo de Caso em Sistemas Analíticos


Em sistemas analíticos, como os utilizados em plataformas de Business Intelligence (BI), a desnormalização pode trazer benefícios significativos ao reduzir o número de joins necessários para gerar relatórios complexos. Um exemplo clássico ocorre em uma plataforma de análise de dados, onde um conjunto de tabelas foi desnormalizado para acelerar a geração de relatórios que envolviam grandes volumes de dados.


Antes da Desnormalização:

O sistema utilizava várias tabelas normalizadas para armazenar informações de vendas, clientes e produtos. Para gerar relatórios de vendas por cliente, por exemplo, era necessário realizar múltiplos joins entre tabelas, o que resultava em consultas lentas, especialmente quando a quantidade de dados aumentava.

Depois da Desnormalização:

As tabelas foram desnormalizadas para incluir dados de clientes e produtos diretamente na tabela de vendas, eliminando a necessidade de joins complexos. Como resultado, as consultas passaram a ser executadas de forma muito mais rápida, reduzindo significativamente o tempo de resposta para relatórios diários.

Impacto no Desempenho:

O tempo de execução de uma consulta complexa foi reduzido em até 75%. O processo de geração de relatórios, que antes demorava cerca de 30 segundos, passou a ser concluído em apenas 7 segundos.


8.2 Estudo de Caso em Sistemas de E-Commerce


Em plataformas de e-commerce, a desnormalização é comum para otimizar o desempenho de consultas relacionadas a produtos e transações. Em um caso específico, uma loja online que lidava com um grande volume de transações diárias decidiu desnormalizar os dados relacionados aos pedidos, incluindo informações do cliente e do produto diretamente nas tabelas de pedidos.


Antes da Desnormalização:

O sistema utilizava um modelo altamente normalizado, com tabelas separadas para clientes, produtos e pedidos. Para gerar um resumo de vendas por cliente, o banco de dados precisava realizar joins entre várias tabelas, o que impactava negativamente a performance, principalmente durante o pico de vendas.

Depois da Desnormalização:

A tabela de pedidos foi alterada para armazenar dados redundantes de clientes e produtos, o que eliminou a necessidade de joins nas consultas mais comuns. Embora isso tenha aumentado a redundância de dados, a performance foi aprimorada consideravelmente.

Impacto no Desempenho:

O tempo de execução das consultas de vendas diárias caiu de 15 segundos para menos de 2 segundos, permitindo um tempo de resposta muito mais rápido para a interface do cliente e para os sistemas de relatórios internos.


8.3 Lições Aprendidas


Em ambos os casos, a desnormalização proporcionou melhorias significativas de desempenho, mas também trouxe desafios. O aumento da redundância de dados exigiu cuidados adicionais com a manutenção do banco de dados. As lições aprendidas incluem:

  • Monitoramento constante: Após a desnormalização, foi necessário monitorar de perto as consultas e a integridade dos dados, utilizando triggers e rotinas de sincronização para evitar inconsistências.

  • Planejamento cuidadoso das tabelas: Identificar quais tabelas e colunas desnormalizar foi um passo crítico. As alterações foram feitas de forma gradual para medir o impacto de cada modificação antes de prosseguir com a próxima.

  • Manutenção de backups e revisões periódicas: Devido à maior redundância, os processos de backup e a revisão periódica das tabelas foram intensificados para garantir que as alterações não comprometesse o banco de dados a longo prazo.


Esses estudos de caso mostram que a desnormalização, quando aplicada corretamente, pode ser uma solução eficaz para melhorar a performance de consultas SQL, especialmente em sistemas de leitura intensiva, como os usados em plataformas analíticas e de e-commerce. No entanto, a estratégia deve ser cuidadosamente planejada e monitorada para garantir que as vantagens da performance não sejam superadas pelos custos de manutenção e inconsistência de dados.


9. Conclusão


A desnormalização é uma ferramenta poderosa que, quando utilizada de forma estratégica, pode melhorar significativamente a performance de consultas SQL, especialmente em sistemas de leitura intensiva. Ao eliminar a necessidade de múltiplos joins e reduzir a complexidade das consultas, a desnormalização pode acelerar o tempo de resposta e simplificar a estrutura das consultas em bancos de dados.


Momentos Ideais para Desnormalizar Dados:

A desnormalização é mais vantajosa em cenários onde a velocidade de leitura e a eficiência das consultas são prioridades, como em sistemas analíticos, plataformas de e-commerce e aplicações de BI. Porém, é importante identificar as consultas críticas que se beneficiariam da redução de joins e analisar o impacto potencial de redundâncias de dados.


Uso Estratégico da Desnormalização:

Embora a normalização seja essencial para garantir a integridade e a organização dos dados, a desnormalização deve ser vista como uma ferramenta estratégica para melhorar a performance quando necessário. A chave está em balancear a integridade dos dados com a necessidade de otimização das consultas, com base nas especificidades do seu sistema.


Agora que você entende os benefícios e riscos da desnormalização, é hora de testar essa técnica nas consultas críticas do seu sistema. Experimente a desnormalização, analise o impacto no desempenho e ajuste conforme necessário. Lembre-se de monitorar a consistência dos dados e fazer ajustes contínuos para garantir que o banco de dados continue performando de forma otimizada.


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